sexta-feira, 30 de setembro de 2022

 

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

Regência é o estudo que trata das relações entre os termos de uma oração, verificando se um termo pede ou não complemento. A regência estabelece uma relação entre um tempo principal (termo regente) e seu complemento (termo regido).

Quando o termo regente é um nome, trata-se de regência nominal. Quando o termo regente é um verbo, trata-se de regência verbal.

REGÊNCIA NOMINAL

Considere a seguinte frase:

Ele está contente o trabalho.

Como você pode perceber, na frase está faltando a preposição com.

A relação entre um nome regente e seu termo regido se apresenta por meio de uma preposição.

A lista a seguir apresenta a regência de alguns nomes. Procure observar o emprego e o sentido que as preposições estabelecem.

  • afável com, para com
  • aflito com, por
  • alheio a, de
  • aliado a, com
  • alusão a
  • ansioso de, por
  • antipatia a, contra, por
  • apto a, para
  • atenção a
  • atencioso com, para com
  • aversão a, para, por
  • avesso a
  • certeza de
  • certo de
  • compaixão de, para com, por
  • comum a
  • conforme a, com
  • consulta a
  • constituído com, de, por
  • contente com, de, em, por
  • convicção de
  • cruel com, para, para com
  • curioso de, por
  • desgostoso com, de
  • desprezo a, de, por
  • devoção a, para com, por
  • devoto a, de
  • dúvida acerca de, em, sobre
  • empenho de, em, por
  • fácil a, de, para
  • falho de, em
  • favorável a
  • feliz com, de, em, por
  • fértil de, em
  • hábil em
  • habituado a, com
  • horror a
  • hostil a, para com
  • impróprio para
  • imune a, de
  • incansável em
  • incapaz de, para
  • invasão de
  • junto a, de
  • lento em, de, com
  • morador em
  • ódio a, com, de
  • orgulhoso de, com
  • peculiar a, em
  • precedido a, com, de
  • pródigo de, em
  • próximo a, de
  • residente em
  • respeito a, com, de, para com, por
  • simpatia a, para, com, por
  • situado a, em, entre
  • suspeito a, de
  • último a, de, em
  • união a, com, entre
  • útil a, para
  • vizinho a, com

REGÊNCIA VERBAL

O verbo pede um complemento que pode ou não se ligar a ele por meio de preposição. A escolha da preposição adequada depende da significação do verbo:

1. Há verbos que admitem mais de uma regência sem mudar o significado.

Exemplo

João não tarda a chegar. João não tarda em chegar.

2. Há verbos que mudam de regência quando se altera o significado.

Exemplo

Aspirei o aroma das flores. (aspirar = sorver). Aspirei a um bom cargo. (aspirar = desejar).

VERBOS IMPORTANTES

Agradar (transitivo direto - contentar, fazer carinhos)

Exemplo

Agradar o filho com balas.

Agradar a (transitivo indireto - satisfazer)

Exemplo

O espetáculo não agradou ao público.

Desagradar é sempre transitivo indireto - O espetáculo desagradou ao público.

Aspirar (transitivo direto - respirar, absorver)

Exemplo

Aspiro o perfume das flores.

Aspirar a (transitivo indireto - desejar ardentemente)

Exemplo

Aspiro a uma posição de destaque.

Assistir (transitivo direto - prestar assistência)

Exemplo

O médico assiste o doente.

Assistir a (transitivo indireto - ver)

Exemplo

Eu assisti a um bom filme.

Assistir a (transitivo indireto - caber)

Exemplo

Este direito assiste ao trabalhador.

Assistir em (intransitivo - morar)

Exemplo

Eu assisto em São Paulo.

Atender (transitivo direto - complemento pessoa)

Exemplo

Atender um cliente.

Atender a (transitivo indireto - complemento pessoa)

Exemplo

Atender a um cliente (prefere-se o uso do complemento oblíquo o: Atendi-o, em vez de: Atendi-lhe).

Atender a (transitivo indireto - complemento coisa)

Exemplo

Atender ao telefone, ao portão, à campainha (usa-se a ele, e não lhe: O telefone toca, e ninguém a ele atende.)

Chamar (transitivo direto - apelidar; com ou sem de)

Exemplo

Chamei-o palhaço. Chamei-o de palhaço.

Chamar (transitivo direto - fazer vir, convocar)

Exemplo

Chamar o elevador. Chamar as crianças.

Chamar (transitivo direto - atrair)

Exemplo

Esse fato chamou a atenção da polícia.

Chamar a (transitivo direto e indireto - repreender)

Exemplo

Chamei-o à atenção.

Chamar-se (preposicionado - ter por nome)

Exemplo

Eu me chamo Maria. Como você se chama?

Chegar a - Ir a - Regressar a - Retornar a - Sair a - Subir a - Vir a - Voltar a

Exemplo

(intransitivos) - Chegar ao clube. Sair ao terraço. Subir ao muro. Trepar à árvore. (Observação: todos os verbos e expressões que dão ideia de movimento usam-se com a preposição a).

Custar (intransitivo)

Exemplo

Custa secar esta cola. Custou aparecer um bom candidato.

Custar a (transitivo indireto)

Exemplo

Custou à moça aceitar o fato. (Convém evitar este emprego: A moça custou a aceitar o fato.)

Esquecer (transitivo direto)

Exemplo

Esqueci o caderno.

Esquecer-se de (transitivo indireto)

Exemplo

Esqueci-me do caderno.

Esquecer a (transitivo indireto)

Exemplo

Esqueceu ao rapaz a lição.

Implicar (transitivo direto - acarretar)

Exemplo

Sua atitude implica demissão.

Implicar com (transitivo indireto - ter implicância)

Exemplo

Ele sempre implica com a irmã.

Implicar-se em (transitivo indireto - envolver-se)

Exemplo

Ele implicou-se em tráfico de entorpecentes.

Investir (transitivo direto - aplicar, empregar dinheiro, empossar)

Exemplo

João investiu todo seu dinheiro em ações. Investiu o filho na presidência da empresa.

Investir contra ou sobre (transitivo indireto - atacar com ímpeto)

Exemplo

O cão investiu contra a menina.

Lembrar (transitivo direto - fazer recordar)

Exemplo

Ela lembra muito a mãe na maneira de vestir-se.

Lembrar (transitivo direto - não esquecer de)

Exemplo

Lembrem que pode estar chovendo em Santos.

Lembrar a (transitivo direto e indireto - advertir, recordar)

Exemplo

Lembrei-lhe o fato. Lembramos a eles que já era tarde.

Lembrar a (transitivo indireto - vir à lembrança, ocorrer)

Exemplo

Não me lembra esse fato.

Lembrar-se de (transitivo indireto - recorda-se, ter lembrança)

Exemplo

Lembro-me de tudo.

Morar em - Residir em (intransitivo)

Exemplo

Eu moro na Rua do Lago.

Namorar (transitivo direto - Namorar alguém - não namorar com)

Exemplo

João namora Maria.

Obedecer a - Desobedecer a (transitivo indireto)

Exemplo

Obedeço a todos. Desobedeci a um sinal de trânsito.

Se o complemento é coisa, não se admite o pronome lhe, que é substituído por a

Pagar a - Perdoar a (transitivo direto e indireto)

Exemplo

Pagar algo a alguém. Paguei os honorários ao advogado. Perdoar um pecado a alguém. Perdoei a dívida a meu amigo.

Se se omitir a coisa, temos: Pagar a alguém. Perdoar a alguém.

Pisar (transitivo direto)

Exemplo

Não pise a grama. O artista pisou o palco com vontade.

Preferir a (transitivo direto e indireto)

Exemplo

Prefiro doces a salgados. Prefiro cinema a teatro.

Querer (transitivo direto - desejar)

Exemplo

Eu quero sorvete.

Querer a (transitivo indireto - amar, estimar)

Exemplo

Quero muito a meus pais.

Reparar (transitivo direto - consertar)

Exemplo

O marceneiro reparou a porta.

Reparar em (transitivo indireto - observar)

Exemplo

Reparar nas mãos de Eugênia.

Reparar para (transitivo indireto - olhar)

Exemplo

Repare para aquela paisagem.

Se o objeto indireto é uma oração, omite-se, geralmente, a preposição: Ninguém reparou que brincávamos.

Servir (transitivo direto - prestar serviço a; pôr sobre a mesa)

Exemplo

A secretária serve o diretor.

Servir a (transitivo indireto - ser útil, convir)

Exemplo

Esta máquina não serve a nosso tipo de trabalho.

Simpatizar com - Antipatizar com (transitivo indireto)

Exemplo

Simpatizei com Tereza.

Visar (transitivo direto - pôr o visto, apontar para)

Exemplo

Visar o passaporte. Visar o passarinho.

Visar a (transitivo indireto - desejar, objetivar)

Exemplo

Ele visa a uma posição de destaque.

REGRAS DE REGÊNCIA

1. Os verbos transitivos indiretos, com exceção do verbo obedecer, não admitem voz passiva. A passagem de uma frase da voz ativa para a passiva só é possível quando o verbo apresenta objeto direto.

Exemplos:

O filme foi assistido pelo casal. (incorreto)
O casal assistiu ao filme. (correto)

2. Não se deve dar um único complemento a verbos de regências diferentes.

Exemplos:

Assisti e gostei do filme. (incorreto)
Assisti ao filme e gostei dele. (correto)

3. As formas oblíquas o, a, os, as, funcionam como complemento de verbos transitivos diretos, enquanto as formas lhe, lhes funcionam como complemento de verbos transitivos indiretos.

Exemplos:

Convidei a moça. (verbo transitivo direto)
Convidei-a

Obedeço ao pai. (verbo transitivo indireto)
Obedeço-lhe.

4. Quando há pronome relativo, a preposição vem antes dele.

Exemplos:

Fonte: Educabras

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

 Figuras de Linguagem 

De acordo com Mesquita & Martos (2009, p. 484), “as figuras de linguagem são recursos expressivos que emprestam ao pensamento mais energia e vivacidade, que, por sua vez, conferem à frase mais elegância e graça e permitem ao leitor captar mais efetivamente a mensagem pretendida pelo autor.” Podemos destacar como principais figuras de linguagem: a antítese, prosopopeia, ironia, eufemismo, hipérbole, comparação, metáfora, catacrese, metonímia, gradação, pleonasmo, aliteração e onomatopeia. 
A seguir veremos cada um deles: 
Antítese - Emprego de termos com sentidos opostos, ou seja, consiste na oposição de duas ideias, lado a lado, em uma frase. 
Ex.: Ela se preocupa tanto com o passado que esquece o presente. A guerra não leva a nada, devemos buscar a paz. 
Prosopopeia - Atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e inanimados. 
Ex.: A formiga disse para a cigarra: ” Cantou…agora dança!” 
Ironia –.Consiste na declaração do contrário do que se pensa, em geral, com o propósito de fazer zombaria. 
Ex.: Eu nasci há dez mil anos atrás. E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais. 
Eufemismo – Consiste em dizer algo desagradável por meio de palavras que abrandem o impacto causado por essa situação. 
Ex.: Aquele rapaz não é legal, ele subtraiu dinheiro. Acho que não fui feliz nos exames. 
Hipérbole - Consiste no exagero da expressão. 
Ex.: Já lhe disse isso um milhão de vezes. Quando o filme começou, voei para casa.
Comparação – Estabelece um termo de comparação entre dois elementos por meio de uma qualidade comum a ambos. Os dois aparecem no enunciado ligados por conectivo subordinativo. 
Ex.: “Ideias são como pulgas: saltam de uns para os outros, mas não mordem a todos.” 
Metáfora – Relaciona dois seres por meio de uma qualidade comum atribuída a ambos. Nessa comparação não se usa a conjunção como. 
Ex.: “O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais” 
Catacrese – Dá um novo sentido a uma palavra, fazendo com que ela passe a dar nome a outro ser semelhante. 
Ex.: Sentou-se no braço da poltrona para descansar. 
Metonímia – Consiste em substituir um termo por outro com o qual tenha relação de contiguidade ou causalidade. A metonímia ocorre comumente quando se substitui: 
- O nome do autor pela obra 
 Ex.: Ler Miguel de Cervantes é como sonhar acordado. 
- O substantivo concreto pelo abstrato 
Ex.: A fé move montanhas. 
- O lugar pelos seus habitantes ou produtos 
Ex.: Na hora mais difícil de Santa Catarina, o Brasil inteiro se uniu. 
Gradação – Consiste em uma sequencia de ideias em ordem crescente ou decrescente de intensidade. Ex.: “Nem o sol, nem o mar, nem o brilho das estrelas.” 
Pleonasmo – Consiste na repetição de termos de mesmo significado, com intuito de dar ênfase a uma expressão. 
Ex.: Eu vi com esses olhos que um dia a terra há de comer. 
Aliteração e assonância – Consiste, respectivamente, na repetição de um fonema consonantal e na repetição de um fonema vocálico. 
Ex.: “Na messe, que enlourece, estremece a quermesse... O sol, celestial girassol, esmorece... E as cantilenas de serenos sons amenos Fogem fluídas, fluindo a fina flor dos fenos...” 
Onomatopeia – Ocorre quando uma palavra ou um conjunto de palavras imitam um ruído ou um som. Ex.: “E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano.” 
Fonte: Mesquita, Roberto Melo. Gramática Pedagógica, 30 ed. Vol. único, São Paulo: Saraiva, 2009.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

A vida me ensinou que...

...esperar faz a diferença.
...amar vale a pena.
...otimismo é tudo.
...confiança requer esforço.
...humildade é um exercício valioso.
...voltar atrás não significa ser covarde.
...autoridade se exerce até mesmo com um simples olhar.
...juventude não é sinônimo de idade.
...controlar os impulsos faz bem ao coração.
...amedrontar não é sinônimo de coragem.
...a própria vida é uma escola.
...viver não é negligenciar os bons costumes.
...cada pessoa tem seus vícios e virtudes.
...quanto mais se vive menos se vive.
...a morte é o caminho para a vida definitiva.
...a cada degrau chegamos mais perto da conquista.
...a vida é um espetáculo!!!

domingo, 11 de novembro de 2012

ABRA OS OLHOS PARA O QUE VOCÊ TEM DE BOM

Certa vez, um grande amigo do poeta Olavo Bilac queria muito vender uma propriedade, de fato, um sítio, que lhe dava muito trabalho e despesa. Reclamava que era um homem sem sorte, pois suas propriedades davam-lhe muita dor de cabeça e não valia a pena conservá-las. Pediu então ao amigo poeta para redigir o anúncio de venda de seu sítio, pois acreditava que, se ele descrevesse sua propriedade com palavras bonitas, seria muito fácil vendê-la.
E assim Olavo Bilac, que conhecia muito bem o sítio do amigo, redigiu o seguinte texto: "Vende-se encantadora propriedade onde cantam os pássaros, ao amanhecer, no extenso arvoredo. É cortada por cristalinas e refrescantes águas de um ribeiro. A casa, banhada pelo sol nas cente, oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda."
Meses depois, o poeta encontrou seu amigo e perguntou-lhe se havia vendido o sítio.
"Nem pensei mais nisso", respondeu ele. "Quando li o anúncio que você escreveu, percebi a maravilha que eu possuía."

Algumas vezes, só conseguimos enxergar o que possuímos quando pegamos emprestados os olhos alheios.
 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Um Dia Você aprende...de William Shakespeare - O MENESTREL

Utopia (Pe Zezinho)

Das muitas coisas
Do meu tempo de criança












 

Guardo vivo na lembrança

O aconchego de meu lar
No fim da tarde
Quando tudo se aquietava
A família se ajuntava
Lá no alpendre a conversar













Meus pais não tinham

Nem escola e nem dinheiro
Todo dia o ano inteiro
Trabalhavam sem parar
Faltava tudo
Mas a gente nem ligava
O importante não faltava
Seu sorriso, seu olhar














Eu tantas vezes

Vi meu pai chegar cansado
Mas aquilo era sagrado
Um por um ele afagava
E perguntava
Quem fizera estrepolia
E mamãe nos defendia
E tudo aos poucos se ajeitava


















 O sol se punha
A viola alguém trazia
Todo mundo então pedia
Ver papai cantar pra gente













 Desafinado
Meio rouco e voz cansada
Ele cantava mil toadas
Seu olhar no sol poente


















Correu o tempo

E eu vejo a maravilha
De se ter uma família
















Enquanto muitos não a tem















Agora falam

Do desquite ou do divórcio












O amor virou consórcio

Compromisso de ninguém
















Há tantos filhos

Que bem mais do que um palácio
Gostariam de um abraço
E do carinho entre seus pais















Se os pais amassem

O divórcio não viria
Chame a isso de utopia
















Eu a isso chamo paz.



terça-feira, 21 de agosto de 2012

AS SETE MARAVILHAS DO MUNDO

Um grupo de estudantes estudava as maravilhas do mundo. No final da aula, pediu-se aos estudantes que fizessem uma lista do que consideravam as sete maravilhas. Embora houvesse algum desacordo, começaram os votos:
O Taj Mahal.
A Muralha da China.
O Canal do Panamá.
As Pirâmides do Egito.
O Grand Canyon.
O Empire State Building.
A Basílica de São Pedro.
Ao recolher os votos, o professor notou uma estudante muito quieta.
A menina não tinha virado sua folha ainda.
O professor, então, perguntou-lhe se tinha dificuldades em fazer sua lista.
A menina, quieta, respondeu-lhe:
- Sim, um pouco. Não consigo fazer a lista porque são muitas as maravilhas.
O professor disse:
- Bem, diga-nos o que você já tem e talvez nós possamos ajudá-la.
A menina hesitou e, então, leu:
1- Ver.
2- Ouvir.
3- Tocar.
4- Provar.
5- Sentir.
6- Rir.
7- E amar...
A sala ficou completamente em silêncio.